Instrução Leonística

CIRCLE-LP
Círculo Cibernético Leonístico da Língua Portuguesa

  

A FORMAÇÃO DE LÍDERES E A PROMOÇÃO HUMANA

 

CL Aristóphanes Clemente dos Santos

Editor de “O Leão em Marcha” – LCRJ Tijuca

 

Formar lideranças leonísticas é uma das preocupações da Associa¬ção Internacional de Lions Clubes, objetivando manter um padrão elevado entre os dirigentes de distritos, assessores e dirigentes de clubes.

Anualmente, por ocasião da abertura de um novo ano leonístico, os governadores eleitos programam cursos de capacitação para novas lideranças dos quais participam todos os leões interessados.

Mas, o que é ser líder? O líder já demonstra essa particularidade desde que nasce. Quando entra para os cursos iniciais de sua vida esco¬lar, é aquele que chama a atenção dos demais pelas atitudes que toma, comandando as brincadeiras chefiando os demais colegas. Quando passa para a outra fase escolar e pela vida continua mostrando que nasceu para chefiar. Pode até não ser o melhor aluno da classe nas matérias dos cur¬rículos, mas é aquele que se destaca pelas atitudes. O líder tem uma per¬sonalidade forte e marcante que aglutina, motiva e promove o ser humano.

O tema me fez lembrar de um exemplo marcante do que é ser líder, fato ocorrido no ano de 1950, quando era disputada aqui no Brasil a Copa do Mundo de Futebol.

O nosso time era uma máquina de fazer gols, tinha jogadores de alta técnica, como Zizinho, Ademir, Friaça, Barbosa, Bigode e outros cujos nomes não recordo no momento e vinha ganhando de todos os adversá¬rios, chegando até a partida final.

Na outra ponta existia a modesta seleção do Uruguai, que vinha tropeçando nos adversários, sem jogadores do nível dos nossos, cujo “capitão” era o veterano (já naquela época) Obdúlio Varela, dotado de uma técnica razoável, mas de um espírito de liderança invejável.

Em pleno Estádio do Maracanã, na tarde de 16 de julho de 1950, com uma platéia de 171.000 espectadores, viu-se a maior demonstração de liderança exercida pelo “capitão” Obdúlio Varela.

O time brasileiro começou bem a partida, jogando aquele futebol vistoso que não vemos nestes tempos, marcou o primeiro gol e tudo levava a crer que seria mais uma goleada que iríamos assistir. Ledo engano; o time uruguaio passou a ser motivado pela liderança do seu “capitão”, não tomou conhecimento da superioridade técnica do adversário, empatou a partida e daí em diante o nosso time sumiu e o que se via era o líder uruguaio dando as ordens em campo, até culminar com o desempate, vencendo a partida pelo placar de 2 x 1, gol feito pelo jogador Gighia, depois de passar pelo nosso jogador Bigode que deixou de fazer a sua jogada característica, o “carrinho”, intimidado pela liderança do Obdúlio.

Quem foi assistir à partida ficou estatelado após o apito final do árbitro, sem saber se ria, chorava ou gritava, permanecendo mudo por mais de meia hora, mas reconhecendo a liderança do Obdúlio Varela.

CL Aristóphanes Clemente dos Santos

aristophanes.c@br.inter.net

Editor de “O Leão em Marcha” – LCRJ Tijuca