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DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 

Amigos e Amigas, Companheiros e Companheiras Leão

No dia 8 de março, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, nada melhor do que relembrar a BIOGRAFIA DE HELEN KELLER[1].

Defensora pioneira dos direitos dos deficientes físicos, Helen Keller nasceu em Tuscumbia, no estado do Alabama, nos Estados Unidos. Confinada a um mundo silencioso e escuro depois que uma doença a deixou surda, muda e cega com 19 meses de idade, ela se tornou uma criança destrutiva voluntariosa. Quando estava com 7 anos, a família contratou Anne Sullivan (1866-1936), uma aluna recém-formada do Instituto de Surdos Perkins, como professora e governanta. Após apenas duas semanas, um grande progresso ocorreu quando Helen entendeu a palavra "água" que Anne soletrava em sua mão e, a partir daí, uma ligação que durou toda a vida foi estabelecida entre ela e a "professora".

Em 1900, Helen entrou para a Faculdade Radcliffe. Anne Sullivan a acompanhava em todas as aulas e soletrava as palestras desenhando as letras com os dedos na palma de sua mão. Quando a revista Ladies Home Journal pediu que Helen escrevesse sua autobiografia, Anne contratou o professor John Macy para assessora-Ias. A Historia de Minha Vida foi publicado em 1902. Em 1904, Helen se formou com louvor. Anne e John se casaram no ano seguinte, ficando juntos até 1913.

Em 1906, quando o estado de Nova York estabeleceu sua primeira Comissão Estadual para Cegos, o governador nomeou Helen Keller para a comissão e ela e John Macy cruzaram o país para angariar fundos. Helen também lançou uma campanha contra a oftalmia neonatal - cegueira nos bebês -, tornando-se a primeira pessoa a falar sobre como as doenças venéreas, que podiam ser prevenidas, causavam essa e outras doenças devastadoras. Posteriormente, no mesmo ano, Mary Agnes Thomson (1885-1960) foi contratada como governanta.

Em 1924, a Fundação Americana para Cegos chamou Helen para ser sua porta-voz. Ela continuou participando ativamente de muitos movimentos por reformas sociais, incluindo ações em prol da abolição do trabalho infantil e da pena de morte. Depois da morte de John Macy, em 1936, Mary Agnes passou a acompanhar Helen. Na década de 1930, Helen conseguiu fazer um lobby eficaz em Washington pela Fundação Americana para Cegos, ajudando a obter serviços de leitura e livros gravados, financiados pelo governo federal, e influenciou na decisão de incluir os cegos na categoria de crédito escolar, sob o Ato de Seguridade Social.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Helen Keller percorreu hospitais militares para levantar o moral e, na década de 1950, fez turnês de palestras na África do Sul, Oriente Médio e América Latina, representando os deficientes visuais. Depois da morte de Mary Agnes Thomson, em 1960, Helen se retirou da vida pública. Em 1964, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade do Presidente Lyndon Johnson (1908-1972).

Entre os livros de Helen Keller estão The World I Live In (O Mundo em que Vivo, de 1908), Out of the Dark (Saindo da Escuridão, de 1913), Midstream -My Later Life (No Meio do Caminho - Minha Vida Posterior, de 1930), Let Us Have Faith (Vamos Ter Fé, de 1940), Teacher: Anne Sullivan Macy (Professora: Anne Sullivan Macy, de 1955) e The Open Door (A Porta Aberta, de 1957). Ela também fez dois documentários sobre sua vida, Deliverance (Libertação, de 1918) e Helen Keller in Her Story (Helen Keller em Sua História, de 1954).

Vamos relembrar também O DISCURSO DE HELEN KELLER na Convenção Internacional de 1925, em Cedar Point, Ohio, EUA, 30 de junho de 1925:

Estimados Leões e Senhoras:

Imagino que vocês já ouviram a história que descreve a oportunidade como uma senhora muito cheia de caprichos e que bate em todas as portas. Contudo, ela bate apenas uma vez e, se a porta não for aberta imediatamente, ela vai embora e nunca mais volta. E é assim que deve ser. Senhoras bonitas, desejáveis, não devem esperar. Vocês têm que sair à sua procura.

Eu sou a sua oportunidade. Estou batendo à sua porta. Quero ser adotada. A história não conta o que vocês devem fazer quando diversas oportunidades maravilhosas se apresentam na mesma porta. Imagino que vocês têm que escolher aquela que lhes agrada mais. Espero que vocês me adotem. Sou a mais jovem entre todos vocês e o que lhes ofereço é repleto de oportunidades extraordinárias de serviço humanitário.

A Fundação Americana para os Cegos foi fundada há apenas quatro anos. Ela surgiu devido às necessidades prementes dos cegos e desabrochou graças aos próprios cegos. Esta fundação tem um escopo e uma importância nacional e internacional. Ela representa o que há de melhor neste assunto. O seu objetivo é fazer com que a vida dos cegos seja mais compensadora em todas as partes do mundo, aumentando o seu valor econômico e dando a eles a alegria de exercer uma atividade normal.

Procure imaginar como cada um de vocês se sentiria se, de repente, ficasse cego hoje. Imaginem vocês tropeçando e andando às apalpadelas tanto durante o dia como à noite; o seu trabalho, a sua independência, tudo perdido. Neste mundo escuro não seria bom se um amigo pegasse a sua mão e dissesse, "Venha comigo e lhe ensinarei a como fazer as coisas que você fazia quando podia ver"? É este tipo de amigo que a Fundação Americana vai ser para todos os cegos deste país se as pessoas que podem ver derem a ela o apoio do qual tanto precisa.

Vocês já ouviram contar que através de uma pequena palavra transmitida através de sinais feitos com os dedos de uma outra pessoa, um raio de luz de outra alma tocou a escuridão da minha mente e eu me encontrei, encontrei o mundo, encontrei Deus. Isto porque a minha professora ouviu falar de mim e atravessou a escuridão, a prisão silenciosa que me envolvia e agora sou capaz de trabalhar para mim e para os outros. Precisamos mais do seu carinho do que do seu dinheiro. O presente, sem a simpatia e o interesse daquele que dá, é vazio. Se vocês se preocupam, se pudermos fazer com que as pessoas deste grande país também se preocupem, os cegos terão a oportunidade de combater a escuridão.

A oportunidade que trago para vocês, Leões, é a seguinte: Fomentar e patrocinar o trabalho da Fundação Americana para os Cegos. Vocês me ajudarão a chegar ao dia no qual não teremos mais cegueira evitável; no qual nenhuma criança surda ou cega ficará sem escola; no qual nenhum homem ou mulher cega ficará sem ajuda? Apelo para vocês, Leões, vocês que podem ver, vocês que podem ouvir, vocês que são fortes, corajosos e bondosos. Vocês se tornarão os Paladinos dos Cegos na cruzada contra a escuridão?

Muito obrigada.

Resultado:

Ela desafiou os sócios do Lions a se tornarem "cavaleiros dos cegos na cruzada contra a escuridão".

Desde então, os Lions Clubes têm se envolvido ativamente no serviço para os cegos e deficientes visuais.

Vamos aproveitar este momento para profunda reflexão sobre o papel da mulher na sociedade!

Saudações Leonísticas

CaL Liu Un Rigo

Governadora do Distrito LD-1 – 2010/2011

[1] [1]
Extraído de: ROLKA, Gail Meyer. 100 mulheres que mudaram a história do mundo. Rio de Janeiro: Prestígio, 2004.