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Transcrição histórica publicada na Gazeta do Povo, sobre o projeto do Lions Clube Curitiba Batel

Liberdade em Ação


comunidade

 

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Vila Liberdade (esquerda da foto): abismo entre condição da região em relação à vizinha
Vila Zumbi, do outro lado da rodovia, estimulou criação de projeto social.

Mobilização

 

Parceria estimula vila a trilhar melhor caminho

 

Na Vila Liberdade, em Colombo, projeto realizado por associações, instituições e moradores discute com a comunidade os problemas da região e ensina as pessoas a lutarem por soluções

 

Publicado em 05/07/2012 | Ellen Miecoanski

 

Elas são vizinhas, mas o tratamento que a Vila Liberdade, em Colombo, recebe se difere muito da atenção do poder público e de entidades para a Vila Zumbi, no mesmo município. Com apenas uma rua asfaltada, a comunidade da Liberdade se vê esquecida – nem mesmo o serviço dos Correios funciona adequadamente na região. Foi esse cenário que fez com que uma equipe de voluntários resolvesse abraçar a vila e transformar a realidade local através da formação de lideranças e união das pessoas. Embora ainda se tenha muito a fazer, os resultados do projeto denominado Liberdade em Ação já começam a ser vistos na prática.

 

O curso de informática oferecido aos adolescentes na associação de moradores do bairro é um exemplo de resultado alcançado. Ministrado por um voluntário da comunidade formado na área, as aulas são totalmente gratuitas e ao final de cada módulo os alunos recebem um certificado. “Esse era um sonho antigo da comunidade e que só foi possível com a parceria através do projeto”, conta a presidente da associação, Adriana Oliveira da Silva. Os computadores foram doados por uma empresa de contabilidade de Curitiba, após mobilização realizada por voluntários do projeto.

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Adriana Oliveira da Silva, presidente da

associação de moradores: mil livros de doação

 

Associação vira espaço para

geração de renda

 

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo /

Uma das principais solicitações da comunidade da Vila Liberdade, os cursos profissionalizantes e de artesanato têm atraído bastante interessados. É na associação de moradores (foto) que essas ações acontecem, como a oficina de artesanato, que leva geração de renda para as famílias e também consolida a noção de comunidade entre os moradores.

Na sede da associação, também está sendo preparado um novo bazar de roupas e sapatos doados pelas instituições parceiras do projeto Liberdade em Ação. O dinheiro do bazar tem destino certo: será utilizado para construir os muros da entidade e reformar a cozinha, que está fechada por falta de estrutura, mas que servirá para os cursos de panificação e massas, que serão abertos futuramente.

O Liberdade em Ação funciona mobilizando parcerias: sem cunho assistencialista, político ou religioso, o projeto enfrenta os problemas locais com a participação dos moradores e de entidades ligadas ou não à comunidade. Lions Clube Batel, Clube de Campo Santa Mônica, FAE Centro Universitário, Cohapar, prefeitura de Colombo e Sanepar, entre outras instituições, são apoiadores da iniciativa.

 

“A gente reúne a liderança, discute os problemas da comunidade e depois vai a órgãos e a pessoas para tentar resolvê-los. Muitas vezes fazemos o que os moradores não sabem que pode ser feito”, conta Toshiro Ida, membro do Lions Clube e um dos criadores do projeto.

 

O começo

O projeto teve início em 2010, quando uma ação socioambiental era desenvolvida nas comunidades da Vila Zumbi pelo Lions Clube, como complemento – em aspectos sociais e de bem-estar da comunidade – às melhorias na estrutura básica da região promovidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2009 percebeu-se a necessidade de atender os moradores do outro lado da BR-116, que também seriam atendidos pelo PAC. Como as características da Vila Liberdade eram distintas e mais precárias que na Vila Zumbi, a coordenação do projeto, feita pelo Colégio Bom Jesus e FAE Centro Universitário, decidiu realizar um projeto exclusivo na Liberdade com as comunidades do Jardim Ana Maria e Nova Esperança.Além das atividades desenvolvidas na associação de moradores, as escolas da região também trabalham em conjunto com o projeto. De 2010 para cá, já foram feitas ações de plantio de árvores frutíferas, concurso de cartas e a implantação de um coral com alunos de 6 a 16 anos da Escola Municipal Jardim Ana Maria e do Colégio Estadual Professor Altair da Silva Leme. “Todos que integram o projeto e as parcerias têm melhora no rendimento escolar. Essas atividades trazem motivação e a maioria dos alunos acaba seguindo para o lado do bem”, fala a professora Rosane Zeni, diretora do Altair de Leme.

Com pouco, biblioteca já atende muitos

Entre as ações de sucesso do Liberdade em Ação, a biblioteca comunitária, instalada na sede da associação de moradores, serve de modelo de como o projeto funciona. Criada neste ano, a partir da doação de mil livros feita pelo grupo de escoteiros do Clube Santa Mônica, o lugar tem freqüência garantida, principalmente das crianças do bairro. “Elas não tinham lugar para fazer pesquisa”, conta a presidente da associação, Adriana Oliveira da Silva. Com as fichas de empréstimos de cada criança nas mãos, ela mostra que os livros, principalmente os de literatura, são muito bem aproveitados. “Eles adoram e, para nossa admiração, devolvem os livros em bom estado e na data prevista.”A biblioteca ainda funciona de forma precária, são apenas duas estantes no salão da associação, com parte dos livros do acervo. As demais publicações estão guardadas em uma sala com outros objetos. Para Adriana, entre as várias necessidades da comunidade, a prioridade da associação é justamente atender as crianças e tirá-las da rua no contraturno, o que só está sendo possível com o auxílio que vem do Liberdade em Ação. “Aqui moram pessoas boas, de muita boa vontade. Transformei isso aqui numa causa, assim como outras pessoas. Queremos um bairro decente porque aqui tem pessoas decentes”, afirma.

 

Veja na íntegra como foi publicado no
site da Gazeta do Povo